terça-feira, 26 de junho de 2012

Dislexia


Um estudo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) concluiu que 5,4% das crianças portuguesas revelam dificuldade em ler e escrever. Assim, uma em cada 25 crianças do nosso país apresentará dislexia. São dados que não diferem do panorama internacional, no entanto alertam-nos para a necessidade de uma maior atenção e detecção precoce desta dificuldade para que a intervenção seja a mais atempada possível.  

Muito simplificadamente, a dislexia caracteriza-se pela dificuldade no processo de aquisição da leitura.
Actualmente a definição mais consensual é a da Associação Internacional de Dislexia - IDA (2002) e do National Institute of Child Health and Human Development – NICHD:  
“Dislexia é uma incapacidade específica de aprendizagem, de origem neurológica. É caracterizada por dificuldades na correcção e/ou fluência na leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica. Estas dificuldades resultam de um défice fonológico, inesperado, em relação às outras capacidades cognitivas e às condições educativas. Secundariamente podem surgir dificuldades de compreensão da leitura, experiência de leitura reduzida que pode impedir o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais”.
Desta definição se conclui que as crianças disléxicas não possuem comprometimento intelectual e portanto o seu quociente de inteligência deve apresentar-se dentro dos valores normativos para a sua faixa etária.
Outra definição que nos auxilia é-nos apresentada por Vitor da Fonseca, 1999:
“A dislexia é uma dificuldade duradoura da aprendizagem da leitura e aquisição do seu mecanismo, em crianças inteligentes, escolarizadas, sem quaisquer perturbação sensorial e psíquica já existente.”
Desta definição tiraremos dois outros critérios de exclusão. A criança não deverá apresentar perturbação emocional nem sensorial. Acrescentamos ainda a necessidade de ausência de uma relação pedagógica perturbada que poderá comprometer todos os processos de aprendizagem, incluindo este.

O diagnóstico poderá ser realizado após dois anos do início da aprendizagem da leitura, a partir do 2º ano. Naturalmente poderão existir suspeitas em idade inferiores que deverão alertar os cuidadores e professores para uma vigilância preventiva.
Existem propostas de intervenção eficazes na dislexia com resultados bastante satisfatórios. A avaliação e a intervenção deverão ser sempre realizadas por psicólogos, dada a natureza dos critérios de diagnóstico e a especificidade da intervenção habilitativa.

Em contexto educativo o Decreto-Lei nº3/2008 enquadra os apoios especializados que visam responder às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas decorrentes de alterações que se traduzem em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem, entre outras, dando lugar à mobilização de serviços especializados para a promoção do potencial de funcionamento biopsicosocial. No entanto, a muitas crianças disléxicas é negado o apoio dado que este decreto só permite a elegibilidade dos casos considerados muito graves com sério comprometimento da aprendizagem. Desta forma, poucos são os abrangidos pelas medidas de Educação Especial (com apoio dado por professores especializados e adaptação das condições de avaliação).

Existem várias associações que visam a promoção da investigação nesta área bem como o apoio na intervenção com crianças e jovens disléxicos.
Divulgamos as seguintes, na certeza que poderão existir outras de igual mérito.
APPDAE – Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Específicas: http://www.appdae.net/pfdislexia.html
DISLEX – Associação Portuguesa de Dislexia: http://www.dislex.net/
Imagem retirada da Internet

Rastreio do Desenvolvimento Infantil - Porto


ACTUALIZAÇÃO: Agora os Rastreios do Desenvolvimento Infantil também se realizam no Porto. 


Se tem dúvidas acerca do desenvolvimento do seu filho aproveite esta oportunidade. Marque já o seu rastreio gratuito!

         - A partir do primeiro mês de vida até aos cinco anos e seis meses
         - Aplicação e resultados em 30 minutos
         - Necessária a presença da criança, da mãe, pai ou principal cuidador
         - No final ser-lhe-á entregue o resultado com as respectivas recomendações

    Áreas Rastreadas:
         - Comunicação
         - Motricidade Grosseira e Fina
         - Resolução de Problemas
         - Pessoal / Social

Sabia que o rastreio do desenvolvimento infantil é uma prioridade?
          A Organização Mundial de Saúde estabeleceu em 2006, como uma das metas para o Séc. XXI, o investimento no desenvolvimento psicomotor infantil.
          A Direcção Geral de Saúde preconiza a avaliação da linguagem e do desenvolvimento psicomotor entre os 5 e os 6 anos.
          O Decreto-Lei nº 281/2009 de 6 de Outubro prevê o rastreio do desenvolvimento psicomotor dos 0 aos 6 anos.

Rastreio realizado por: Dr.ª Ana Rita Monteiro
                                        Psicóloga Clínica
                                        Formadora em Desenvolvimento Infantil

NOTA: RASTREIOS REALIZADOS EM GONDOMAR E NO PORTO com número limitado de inscrições.
INFORMAÇÕES E MARCAÇÕES: odesenvolvimento@gmail.com

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Dica de Verão!

Hoje é o dia mais longo do ano que marca o início do Verão! E para que este Verão seja seguramente 5 estrelas porque não garanti-las com a ajuda dos mais pequeninos? As crianças adoram e ainda treinam a motricidade fina!


domingo, 17 de junho de 2012

Bonecos Waldorf


Este Sábado foi de aprendizagem. O resultado: dois bonecos bebés Waldorf! São feitos artesanalmente e com materiais naturais. 

Estimulam a imaginação da criança, proporcionam experiências sensoriais diversas e principalmente permitem o brincar livre tão importante no desenvolvimento infantil. Como podem ver, bem diferentes dos bonecos de plástico! 
Fazê-los é também uma experiência muito enriquecedora! Partilhamos convosco os nossos "meninos"!



O Workshop foi dado pela Rita Santarém do "Lugar dos Gnomos" (http://www.lugardosgnomos.com) na Casa da Horta. Visitem o site e deixem-se encantar! 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dica: Jogos para treinar a memória visual e auditiva


Jogo do saco
Imprima imagens de 10 objectos e arranje um saco de pano de cor escura (que impossibilite a observação do seu conteúdo).
Disponha-as em cima da mesa de forma visível. A criança selecciona agora um objecto que coloca dentro do saco nomeando o objecto de seguida. Começa posteriormente a adicionar outros ao saco nomeando sempre todos os que já colocou dentro. Por exemplo, poderá dizer: “No meu saco eu tenho um lápis, um carro, uma banana e um livro…” Perde a vez quando se esquecer dos que já estão dentro do saco. Ganha o jogo quem conseguir memorizar o maior número de objectos colocados dentro do saco.
Pode optar por reunir objectos pequenos ou alimentos como por exemplo, um feijão vermelho, um branco, um preto, um feijão-frade, um grão de arroz, um amendoim, uma avelã, uma amêndoa, uma noz e uma ervilha.
Nota: Com crianças pequenas tenha cuidado e supervisione o manuseamento de objectos pequenos.
Aumente o grau de dificuldade aumentando o número de objectos e a sua variabilidade.


Jogo das palavras
Construa uma sequência de palavras que ambos têm de repetir e adicionar novas palavras. Pode começar apenas por uma categoria (por exemplo: frutos, legumes, cores, etc.) e aumentar o grau de dificuldade misturando palavras de categorias diferentes e exigindo a ordem exacta das palavras. Ideal para jogar durante as viagens de carro.
Perde o jogo quem não conseguir reproduzir a sequência total de palavras.

Imagens retiradas da internet

terça-feira, 12 de junho de 2012

Rastreio do Desenvolvimento Infantil



Se tem dúvidas acerca do desenvolvimento do seu filho aproveite esta oportunidade. Marque já o seu rastreio gratuito!

         - A partir do primeiro mês de vida até aos cinco anos e seis meses
         - Aplicação e resultados em 30 minutos
         - Necessária a presença da criança, da mãe, pai ou principal cuidador
         - No final ser-lhe-á entregue o resultado com as respectivas recomendações

    Áreas Rastreadas:
         - Comunicação
         - Motricidade Grosseira e Fina
         - Resolução de Problemas
         - Pessoal / Social

Sabia que o rastreio do desenvolvimento infantil é uma prioridade?
          A Organização Mundial de Saúde estabeleceu em 2006, como uma das metas para o Séc. XXI, o investimento no desenvolvimento psicomotor infantil.
          A Direcção Geral de Saúde preconiza a avaliação da linguagem e do desenvolvimento psicomotor entre os 5 e os 6 anos.
          O Decreto-Lei nº 281/2009 de 6 de Outubro prevê o rastreio do desenvolvimento psicomotor dos 0 aos 6 anos.

Rastreio realizado por: Dr.ª Ana Rita Monteiro
                                     Psicóloga Clínica
                                     Formadora em Desenvolvimento Infantil

NOTA: RASTREIOS REALIZADOS EM GONDOMAR com número limitado de inscrições.
INFORMAÇÕES E MARCAÇÕES: odesenvolvimento@gmail.com


quinta-feira, 7 de junho de 2012

M-CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers)


A M-CHAT é um questionário que tem como objectivo rastrear as perturbações do espectro do autismo a aplicar na faixa etária dos 16 aos 30 meses. Um excelente recurso a utilizar periodicamente nos cuidados primários de saúde e pelos técnicos especializados em caso de suspeita. As autoras, Diana Robins, Deborah Fein e Marianne Barton, disponibilizam no seu site inúmeras traduções do questionário nomeadamente a versão portuguesa, traduzida pela Unidade de Autismo do Hospital Pediátrico de Coimbra.




O questionário consiste em 23 questões simples sendo rápido na sua aplicação e cotação. Permite um rastreio rápido e eficaz das perturbações do espectro do autismo.


Nota: Consulte as instruções e permissões para o uso da M-CHAT: http://www2.gsu.edu/~psydlr/DianaLRobins/Official_M-CHAT_Website_files/M-CHAT.pdf

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Recentemente iniciamos uma página de facebook. No futuro é possível haver diferentes conteúdos publicados pelo que sugerimos que também se associe a esta página (clicando 'gosto') e siga as suas actualizações. 


http://www.facebook.com/odesenvolvimentoinfantil

domingo, 3 de junho de 2012

Redes Sociais: Implicações no Desenvolvimento Infantil




Sabe-se que em 2010 pelo menos 7,5 milhões das crianças abaixo dos 13 anos usavam de forma activa o Facebook (estudo publicado pela Consumer Reports, USA). Aos 12 anos de idade, 58% das crianças no Reino Unido e EUA Já têm a sua própria conta de Facebook. Em idades anteriores o mais frequente é o acesso através da conta dos pais, dado que a idade mínima exigida são os 13 anos ou a falsificação da data de nascimento. Um dos principiais interesses são os inúmeros jogos on-line, que apresentam uma continuidade temporal e por isso exigem um acesso diário a esta rede social, mas também o contacto com os amigos e a partilha de fotografias. Muitas questões se colocam quanto ao uso do Facebook por parte de crianças, mas a que reúne maior preocupação é a da segurança. Estarão as crianças seguras navegando nas redes sociais? O número de usuários do Facebook em Fevereiro de 2012 era superior a 845 milhões, ultrapassando a população dos Estados Unidos considerada a terceira maior nação mundial. Será que deixaríamos o nosso filho caminhar sozinho, numa Rua de Nova Iorque, com apenas 7 anos? Por muito que o vigiássemos à distância não haveria um momento de distracção que poderia ter um triste desenlace? Frequentemente ouvimos na prática clínica os pais referirem que se os proibissem eles iriam certamente fazê-lo às escondidas e que portanto a melhor solução é fazerem-no na sua presença. Mas infelizmente nos casos que nos foram dados a conhecer esse acompanhamento na realidade não se observa, frequentemente é o irmão mais velho (adolescente) que está por perto quando a criança faz o seu login. O principal problema é que os pais têm ainda sérias lacunas na compreensão do desenvolvimento infantil.

    A maturidade emocional é alcançada na relação com os outros, na experiência proporcionada pelo ambiente sociocultural no qual vivemos. Só esta realidade permite este desenvolvimento. Assim o Facebook, bem como outras redes sociais, não exige o desenvolvimento de competências sociais necessárias no contacto directo com os outros, no dia-a-dia. Não só limita a capacidade comunicativa e relacional das crianças como pode mudar drasticamente a forma como estes futuros adultos se vêem e percebem mas também como percepcionam os outros. Uma das principais características humanas é a capacidade empática que surge do estabelecimento de relações próximas, duradouras e seguras. Ora a empatia não se desenvolve através das redes sociais onde o contacto com os outros é filtrado por um teclado, um monitor e a uma cadência temporal que existe na comunicação que deixa de ser natural, imprevisível e promotora de espontaneidade. 

       A linguagem corporal, os silêncios, a sonoridade das palavras, as pausas entre elas são extremamente importantes no diálogo que se constrói, nas relações que se amadurecem e no desenvolvimento pessoal de cada um. Utilizar as redes sociais como forma privilegiada de contacto limita-nos no essencial enquanto seres humanos, na comunicação e na capacidade relacional que nos é inerente, provocando um adormecimento do diálogo e da partilha de sentimentos, emoções e experiências. Mais assustador fica este panorama quando falamos em crianças em fase de desenvolvimento emocional e intelectual. O resultado que se tem vindo a repercutir passa por crianças pouco expressivas nas interacções sociais, pouco atentas ao que sentem e principalmente desconhecedoras dos sentimentos e emoções que vivenciam. Assistimos hoje à inclusão gradual no ensino pré-escolar e escolar da afectividade humana. Necessidade que surge de um abandono profundo do investimento nas relações pessoais. Crianças insatisfeitas, com enormes lacunas na capacidade expressiva e de relacionamento interpessoal, na aceitação do outro, na tolerância e na capacidade de lidar com a própria frustração. 

Imagem retirada da Internet

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