A intuição, aliada da
parentalidade, é uma das melhores ferramentas que um cuidador pode ter.
Infelizmente muitos pais, emocionalmente equilibrados, têm muita dificuldade, por
um lado, em sentir essa intuição e, por outro, em a colocar na prática. Há
sempre o pediatra à distância de uma chamada, há sempre a avó que tem mais
experiência e por fim, talvez o elemento mais importante, a insegurança e a
incerteza. Sentimos, inevitavelmente, que em alguma altura podemos falhar e
simplesmente nós não queremos isso. É interessante reparar que muitas são as
vezes que, ouvido o conselho do pediatra ou de um familiar próximo, a decisão tomada
é muitas vezes diferente e, tirando raras excepções, é aquela que inicialmente se
pensou. Certa ou errada é a que a intuição ditou. Por isso, ela existe, está lá,
só não está a ser valorizada. Poderá contra-argumentar, “mas muitas vezes não
foi a melhor decisão!”, dar-lhe-ei razão, mas esse é sempre o mote de mudança.
Ela só existe, quando se sente o desconforto do fracasso de uma atitude tomada…
Só crescemos enquanto pais, quando abraçarmos e nos entregarmos à intuição que
um dia, agradavelmente se transformará em bom senso. Ignorar o sexto sentido de
mãe, cuidador, é retirar o afecto da relação, é seguir regras e conselhos em “piloto
automático” sem se deixar envolver, no caldo mágico que é a relação com um
filho.
O que constrói essa relação, e
permite que se fortaleça sob alicerces bem seguros, é a espontaneidade sem
freio nem receio. É a entrega, na certeza de que será sempre o melhor que sabe
e sente. A parentalidade é a viagem mais rica e transformadora a que se propôs.
É a mais exigente mas a mais fascinante, a que tem a força de construir pessoas.
As que um dia estarão a cuidar do nosso planeta nas suas mais variadas
vertentes.
Considero que ser mãe e pai é a
tarefa de maior responsabilidade que temos, certamente muito mais relevante do
que aquelas que estão escritas em papel quando chegamos ao escritório. Esta está
escrita com a linguagem do afecto, do comprometimento e da entrega e jamais
resultará se tentar copiar a estratégia do colega do lado. Por isso, confie na
sua intuição e, tal como os melhores pediatras, acredite na importância do que “a
mãe acha”.
*Imagem retirada da Internet