quarta-feira, 31 de março de 2010

Síndrome do Bebé Sacudido II

O choro persistente associado a inúmeras tentativas fracassadas para o cessar causa frustração e pode levar à exaustão.


É importante informar os pais acerca do SBS e das estratégias preventivas possíveis. Frente ao cansaço e à sensação de fracasso os pais podem:
- Deixar o bebé no berço e ausentarem-se por minutos, indo até outra divisão da casa,
- Contactar um familiar com quem possa partilhar a sua angústia e/ou pedir auxílio,
- No regresso ao quarto, recordar que o choro é das principais formas de comunicação do bebé e que qualquer pequeno desconforto é demonstrado dessa forma.
O choro do bebé não é propositado, ele apela à contenção e aceitação.
Nos primeiros meses de vida é importante assegurar o apoio cuidadoso da cabeça do bebé.


Imagens retiradas da Internet

terça-feira, 30 de março de 2010

Síndrome do Bebé Sacudido I

O Síndrome do Bebé Sacudido (SBS) é uma forma de abuso infantil com traumatismo craniano ou cervical. Ocorre abaixo dos 5 anos com um pico de incidência entre os 3 e os 8 meses. A Academia Americana de Pediatria defendeu em 2009 a substituição desta nomenclatura para Abusive Head Trauma (AHT) referindo-se apenas ao diagnóstico entre médicos mantendo-se a anterior SBS em termos gerais públicos de forma a aproveitar a grande divulgação já existente acerca deste quadro clínico. A AHT pretende incluir, para além do abanar, o empurrar ou o choque violento da cabeça. As lesões neurológicas podem ocorrer com o simples abanar de forma intensa e continuada como acontece por vezes no embalar, no brincar ao “cavalinho” e no atirar ao ar mas mais frequentemente são o resultado de actos violentos perpetuados por um adulto cuidador incapaz de lidar com o choro persistente da criança. Da mesma forma, sacudir para repreender, para além de ser uma estratégia desaconselhada em termos educacionais, pode magoar gravemente a criança.


As consequências, muitas vezes fatais, são entre outras o edema cerebral, a hemorragia subdural sendo a retiniana muito típica.
O diagnóstico pode ser evidente ou não e qualquer quadro neurológico súbito e inexplicável deve alertar para a sua possibilidade.
A prevenção é a melhor forma de combate alertando os pais para os riscos das brincadeiras acima citadas, informando sobre os riscos de sacudir, empurrar e fornecendo técnicas de lidar com o stress causado pelo choro ininterrupto da criança.

Imagem retirada da Internet

segunda-feira, 29 de março de 2010

Pensar os Irmãos III

O relacionamento entre irmãos é provavelmente mais difícil durante a segunda metade do segundo ano de vida do filho mais novo pelo que esta deve ser uma altura de especial atenção.

É importante:
- Manter rituais que facilitam a aproximação dos irmãos (refeições em família, etc);
- Não fazer comparações, isso alimenta confrontos entre filhos. É necessário encorajá-los a pensar na perspectiva do outro “o que achas que ele sente?””e tu como te sentirias?”
- Elogiar a responsabilidade demonstrada quando não foi solicitada;
- Elogiar de forma adequada e em quantidade moderada. É importante que eles próprios saibam ficar felizes com os seus sucessos.
- Que as críticas sejam feitas numa conversa a dois evitando sempre o nunca e o sempre.

“Quanto mais os filhos se sentem seguros com os pais, melhor se relacionam entre eles.” (Teti & Ablard, 1898)

Conhecer e valorizar a individualidade e personalidade única de cada filho é primordial para uma dinâmica familiar satisfatória.
Investir na relação através de actividades em conjunto deve ser uma prioridade para a saúde da vida familiar (conversar, ler, jogar, brincar…).

domingo, 28 de março de 2010

Pensar os Irmãos II

Em primeiro lugar, é fundamental não encobrir a notícia da gravidez e conversar sobre ela mostrando disponibilidade para as questões levantadas pela criança. Caso contrário todas as mudanças comportamentais e físicas, que são naturais, não serão compreendidas.
Preparar a vinda do bebé envolvendo a criança, na decisão da compra do vestuário, na decoração do quarto ou noutras semelhantes resultam como fulcrais.


Quando o parto se aproxima é benéfico explicar com clareza que a ‘mãe tem de ir ao hospital para o bebé sair’. Convém que a criança o percepcione como um acontecimento passageiro com possibilidade de visitas à mãe e ao irmão.
A informação deve ser clara quanto ao que vai acontecer nesse período curto:
com quem e onde vai ficar, como vai para a escola…

Da mesma forma que os pais se adaptam ao novo filho também o irmão necessita do seu tempo.
Uma vez em casa é importante:
- Incentivar a participação da criança nas rotinas e cuidados diários como a preparação do banho, as horas de sono e a explicação das frequentes mamadas e mudas de fralda;
- Não deixar de exercer a disciplina cedendo às birras;
- Não abdicar de tempo de exclusividade com o filho mais velho, nem que seja na hora do conto antes de dormir, aproveitando também os períodos de sono do mais novo.
Imagem retirada da internet

sábado, 27 de março de 2010

Pensar os irmãos I

“Ter duas crianças é muito mais do que ter mais uma!”
(Brazelton & Sparrow, 2005)




Saber como reagir com o primeiro filho quando nasce o segundo é uma preocupação comum à maioria dos pais. Para além da incerteza de que o tempo chegue para cuidar de ambos (apenas com um já é difícil), interrogam-se ainda quanto à qualidade do futuro relacionamento entre os dois. Querem dar-lhes todo o tempo possível mas este escasseia e da relação entre os dois esperam aceitação, afecto e harmonia. Partilhar não é fácil e ainda é mais difícil quando se trata da partilha dos pais e por isso o ciúme é certo e apenas há que esperá-lo não muito exagerado.
Confrontados os pais com estas dúvidas há que aconselhar!

O ajustamento da criança ao novo bebé depende:
- Da sua idade;
- Da qualidade da relação com os pais;
- Da qualidade da dinâmica familiar;
- Do tipo de vinculação;
- Da sua preparação para o nascimento.

Algumas medidas a adoptar e outras a evitar. Adiar ou antecipar decisões importantes para o mais velho como o retirar da fralda, o desmame do biberão ou chupeta e a entrada no infantário é uma boa prática. Estes momentos ‘difíceis’ nunca poderão parecer a consequência da vinda de um irmão, uma punição ou uma troca do amor dos pais. Decisões destas devem ser distanciadas em meses.

quinta-feira, 25 de março de 2010

SOS Pais! Uma dica por semana!

Jogo das moedas!

Este é um jogo que ajuda a melhorar a concentração, a capacidade de sequenciação e a memória!
É um exercício frequentemente utilizado nas consultas de habilitação neuropsicológica e quando praticado diariamente tem resultados muito satisfatórios.


Material necessário:
- Moedas (as de plástico são um óptimo recurso) que devem ser colocadas num tabuleiro;
- Um lenço;
- Um cronómetro ou relógio com ponteiro dos segundos;
- Lápis e papel.

Escolha 3 moedas do tabuleiro (por exemplo uma moeda de 50 cêntimos e duas de 20) e coloque-as numa sequência (ex. 20-50-20). Agora diga à criança “Olha com atenção para as moedas e para a ordem delas”. Depois, tape as moedas com o auxílio do lenço, para que não fiquem visíveis. Nesta altura accione o cronómetro e peça à criança para fazer a mesma sequência usando moedas do tabuleiro. Quando tiver terminado, aponte o tempo gasto e retire o lenço que cobre a sequência feita por si para ver se a realizada pela criança está correcta. Se a sequência não for a certa permita tentativas consecutivas até obter sucesso.
Não esqueça de participar, e pedir ao seu filho que lhe prepare uma sequência para memorizar! O jogo torna-se mais cativante e a criança percepciona-o como um momento de brincadeira.

Pode dificultar gradualmente o jogo, aumentando o número e a variedade de moedas na sequência (1, 2, 5, 10, 20, 50 cêntimos, 1, 2 euros).

Quanto mais jogarem mais notará a melhoria da capacidade de concentração e memória da criança… e da sua também!

Imagem retirada da internet

quarta-feira, 24 de março de 2010

Babywearing

Nove meses dentro da barriga e nove no colo da mãe! O babywearing refere-se ao “carregar” o bebé no colo, habitualmente junto ao peito, utilizando para isso um tecido/pano.
Em muitas culturas esta é uma prática frequente, e surgiu para possibilitar às mães o mesmo nível de actividade diária. Com o bebé ao colo embalam, cuidam e simultâneamente realizam todas as tarefas facilitando a vida quotidiana.


O facto de o babywearing permitir uma atmosfera semelhante à do útero suscitou interesse por parte dos investigadores/pediatras. William Sears, juntamente com Harvey Karp debruçaram-se sobre o estudo dos benefícios deste tipo de prática.
O batimento cardíaco da mãe, a melodia do seu corpo, o aconchego contentor e a posição fetal são características do ambiente intra-uterino que compõem o palco conhecido do recém-nascido que pode ser recriado através do uso do pano.

Com o crescimento e o consequente aumento de peso do bebé frequentemente as mães trocam o colo pelo carrinho ou pela coque o que prejudica o processo de vinculação e a relação. O babywearing permite o contacto, uma proximidade afectiva enriquecedora para ambos.

Benefícios para a mãe:
· Protecção da coluna – quando correctamente colocado o cuidador não sente qualquer tido de desconforto. O mesmo não se verifica com o uso da coque;
· Maior comodidade no transporte do bebé;
· Liberdade ao nível dos movimentos;
· Maior sentimento de segurança;
· Aprendizagem dos sinais do bebé e consequentemente fortalecimento do vínculo;
· Maior privacidade na amamentação;
· entre outros

Benefícios para o bebé:
· Conforto;
· Previne displasias da anca, pelo posicionamento das pernas do bebé, e a plagiocefalia pós natal posicional;
· Acesso visual privilegiado do que o rodeia;
· Tranquilidade e segurança proporcionadas pelo contacto com o corpo da mãe (sons e cheiro);
· Aumento do tempo de vigília tranquila;
· Fortalecimento do vínculo mãe-bebé;
· Necessidades rapidamente satisfeitas (pela melhor compreensão dos sinais por parte da mãe) e consequentemente choram menos;
· Entre outros.


Em Portugal esta prática foi fortemente divulgada pela Zélia Évora através de workshops e dos seus sites:
http://clubedopano.blogspot.com/
http://www.clubedopano.org/
Imagens e video retirados da internet

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