terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Os hábitos de leitura – Reflexões de uma mãe psicóloga

A partir dos 6 meses deve iniciar-se a leitura de histórias aos bebés, nestes primeiros meses com livros adaptados à faixa etária, pelo menos é aquilo que encontramos na literatura de “ponta” do desenvolvimento infantil.

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Cá em casa a aventura começou bem mais cedo, não por insistência de uma mãe psicóloga mas porque os presentes dados pelos amigos próximos, também eles com profissões ligadas ao desenvolvimento infantil/pediatria, eram em grande parte livros. É curioso que não optaram pelos livros básico de imagens com legendas, o mais frequente para as primeiras faixas etárias, mas pelos livros com história e ilustrados. Outros foram por mim comprados, optando por aqueles que apresentavam imagens com elevado contraste e por isso mais apelativos e outros que incluíam a estimulação táctil através de diferentes materiais. Comecei a ler histórias à minha filha quando ela tinha cerca de 3 meses. A primeira experiência foi muito animadora, ficou atenta, curiosa e conseguiu ouvir a história até ao fim. Desde logo percebi que era uma actividade que a tranquilizava, ideal para preparar o sono da tarde. Sabendo eu dos benefícios intermináveis de ler histórias aos bebés aproveitei a sua disponibilidade para incluir os livros na nossa rotina. E desde então tem sido assim. Hoje com cinco meses e meio, leio-lhe sempre 3 três livros com histórias estruturadas, a “A Galinha Ruiva”, “Quando Eu Nasci” e a “Camila apaixona-se”, por esta ordem. Enquanto leio, sigo o texto com o dedo e comento sempre a ilustração apontando com o dedo. Nesta fase, gosta de ouvir a história deitada, de agarrar o livro, de sentir a textura do papel e entusiasma-se com a leitura expressiva. Ainda não tem 6 meses e os livros já lhe são familiares. 

Um destes dias, na procura de novos livros a incluir na biblioteca que se vai formando, encontrei um indicado para a sua faixa etária. Tem imagens e um pequeno fantoche de dedo que acompanha todas as páginas. Para ser sincera duvidei desde logo se demonstraria interesse, mas com os bebés só experimentando e insistindo. Assim foi, insisti, insisti e o livro está encostado, talvez quando for mais velha e se entusiasme com o conteúdo das histórias, fique interessada com um mini teatro feito com o fantoche. Desta nossa, ainda pequena, aventura no mundo encantado dos livros posso concluir que cada bebé é diferente, que não devemos deixar de experimentar nada, mesmo que o material que lhe estamos a oferecer seja para faixas etárias bem mais avançadas. Quando é que eu poderia imaginar que a minha filha com 5 meses e meio iria adorar “ler” três livros, com cerca de 15 páginas cada? Jamais, mas se não experimentasse nunca saberia. Por outro lado, percebo que os brinquedos e livros, têm sempre uma recomendação de idade, que poderá auxiliar os pais mas poderá também inibi-los. Não deixe de oferecer aquele brinquedo que até acha que o bebé iria gostar mas que ainda não é próprio para a idade. Da mesma forma, muitas crianças de 2, 3 anos, adoram ir à prateleira dos brinquedos mais antigos e “básicos” e ficam fascinados com a simplicidade de determinada actividade, porque também os brinquedos crescem com as crianças. Hoje servem um propósito, amanhã outro. O livro do fantoche de dedo é um excelente exemplo. Tenho certeza que ainda nos iremos divertir muito com a sua ajuda, será um óptimo aliado de um teatrinho.

Tenha, no entanto e sempre, muita atenção quanto à segurança do brinquedo escolhido que é variável conforme a idade em que é usado. Excluindo isso aventure-se, surpreenda-se também com o mundo maravilhoso e inesperado dos bebés.


* Imagem retirada da Internet

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