A partir dos 6 meses deve
iniciar-se a leitura de histórias aos bebés, nestes primeiros meses com livros
adaptados à faixa etária, pelo menos é aquilo que encontramos na literatura de “ponta”
do desenvolvimento infantil.
Cá em casa a aventura começou bem
mais cedo, não por insistência de uma mãe psicóloga mas porque os presentes
dados pelos amigos próximos, também eles com profissões ligadas ao
desenvolvimento infantil/pediatria, eram em grande parte livros. É curioso que
não optaram pelos livros básico de imagens com legendas, o mais frequente para
as primeiras faixas etárias, mas pelos livros com história e ilustrados. Outros
foram por mim comprados, optando por aqueles que apresentavam imagens com
elevado contraste e por isso mais apelativos e outros que incluíam a estimulação
táctil através de diferentes materiais. Comecei a ler histórias à minha filha
quando ela tinha cerca de 3 meses. A primeira experiência foi muito animadora,
ficou atenta, curiosa e conseguiu ouvir a história até ao fim. Desde logo
percebi que era uma actividade que a tranquilizava, ideal para preparar o sono
da tarde. Sabendo eu dos benefícios intermináveis de ler histórias aos bebés
aproveitei a sua disponibilidade para incluir os livros na nossa rotina. E
desde então tem sido assim. Hoje com cinco meses e meio, leio-lhe sempre 3 três
livros com histórias estruturadas, a “A Galinha Ruiva”, “Quando Eu Nasci” e a “Camila
apaixona-se”, por esta ordem. Enquanto leio, sigo o texto com o dedo e comento
sempre a ilustração apontando com o dedo. Nesta fase, gosta de ouvir a história
deitada, de agarrar o livro, de sentir a textura do papel e entusiasma-se com a
leitura expressiva. Ainda não tem 6 meses e os livros já lhe são familiares.
Um
destes dias, na procura de novos livros a incluir na biblioteca que se vai
formando, encontrei um indicado para a sua faixa etária. Tem imagens e um
pequeno fantoche de dedo que acompanha todas as páginas. Para ser sincera
duvidei desde logo se demonstraria interesse, mas com os bebés só
experimentando e insistindo. Assim foi, insisti, insisti e o livro está
encostado, talvez quando for mais velha e se entusiasme com o conteúdo das
histórias, fique interessada com um mini teatro feito com o fantoche. Desta
nossa, ainda pequena, aventura no mundo encantado dos livros posso concluir que
cada bebé é diferente, que não devemos deixar de experimentar nada, mesmo que o
material que lhe estamos a oferecer seja para faixas etárias bem mais
avançadas. Quando é que eu poderia imaginar que a minha filha com 5 meses e
meio iria adorar “ler” três livros, com cerca de 15 páginas cada? Jamais, mas
se não experimentasse nunca saberia. Por outro lado, percebo que os brinquedos
e livros, têm sempre uma recomendação de idade, que poderá auxiliar os pais mas
poderá também inibi-los. Não deixe de oferecer aquele brinquedo que até acha
que o bebé iria gostar mas que ainda não é próprio para a idade. Da mesma
forma, muitas crianças de 2, 3 anos, adoram ir à prateleira dos brinquedos mais
antigos e “básicos” e ficam fascinados com a simplicidade de determinada
actividade, porque também os brinquedos crescem com as crianças. Hoje servem um
propósito, amanhã outro. O livro do fantoche de dedo é um excelente exemplo.
Tenho certeza que ainda nos iremos divertir muito com a sua ajuda, será um óptimo
aliado de um teatrinho.
Tenha, no entanto e sempre, muita
atenção quanto à segurança do brinquedo escolhido que é variável conforme a
idade em que é usado. Excluindo isso aventure-se, surpreenda-se também com o
mundo maravilhoso e inesperado dos bebés.
* Imagem retirada da Internet