Descurar o afecto na relação com
o bebé é o maior risco de doença mental. Os processos vinculativos são estudados
há décadas mas aquilo que se percebe é que os resultados destes estudos não
preenchem um dos seus propósitos, prevenir a doença mental. É nossa obrigação,
enquanto técnicos de saúde mental, partilhar esta informação principalmente com
os pais.
A vinculação consiste nos laços
que se criam e mantém entre os bebés e os seus cuidadores, que se fortalecem ao
longo do tempo e permitem aos primeiros lidar com o stress e os desafios de uma
nova realidade. Uma vinculação segura permite ao bebé sentir-se amado e cuidado
sendo o alicerce para uma relação estável na qual existe espaço e tempo para a
exploração do meio envolvente. Os cuidadores são nesta altura a base segura à
qual poderão recorrer à mínima ansiedade, medo ou simples desconforto desde recém-nascidos.
Pais atentos, com uma resposta
assertiva e atempada ao sinal de desconforto do bebé, previnem não só a doença
mental futura como as patologias físicas provenientes da janela aberta criada
pelo estado de tensão. A vinculação insegura está associada a alterações dos
estados de humor, ansiedade, agressividade e patologias físicas diversas.
Quando segura é uma protecção valiosa.
Pequenas alterações no
comportamento parental podem potenciar a insegurança dos filhos através do
desconforto ao qual o recém-nascido é tão permeável. Criar laços consistentes
com os filhos, ter sensibilidade às suas necessidades e protege-los dos
elementos potencialmente stressantes com os quais não sabem lidar, são os factores
de maior peso numa vinculação segura, não descurando o bem-estar dos pais e da
relação entre ambos. A disponibilidade para estes pequenos seres humanos deverá
ser sempre consonante com as suas características não caindo no maior erro de o
percepcionar como um pequeno adulto. Os bebés precisam de amor, afecto e cuidado
que deverá ser consistente, equilibrado e contínuo.
Nota: Imagem retirada da Internet
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