O amigo imaginário (AI) é “uma personagem invisível, apontada ou referida pela criança em conversa com os outros ou com quem brinca directamente, por um período mínimo de vários meses, tendo para ela um ar autêntico mas sem uma base real aparente” Svendsen (1934). Surge habitualmente na idade pré-escolar, tem o pico de frequência por volta dos 4 anos mas pode surgir posteriormente, por volta dos 6-7 anos.
Por vezes, o AI está associado a um brinquedo significativo para a criança, por exemplo um animal de peluche, quando lhe é atribuída uma personalidade estável. O Hobbes do Calvin é um excelente exemplo.
Os amigos imaginários desempenham um papel diário na vida fantasiada da criança e rapidamente são incluídos na dinâmica familiar, é-lhes reservado um lugar na mesa na hora das refeições, um espaço na cama, etc. São produtos espontâneos da imaginação tendo maioritariamente uma valência emocional positiva.
Ao contrário do que se pensa, os AI não são raros, cerca de 65% das crianças em idade pré-escolar têm-nos. Não são indicativos de problemas emocionais nem surgem apenas nas crianças introvertidas. Da investigação realizada até à data conclui-se que estes surgem associados a características positivas como a capacidade de socialização, extroversão e criatividade. São retratados na banda desenhada e nos filmes de forma negativa e como sinal de patologia mental o que promove alguma preocupação nos cuidadores de forma desnecessária e não fundamentada.
A principal característica destes personagens invisíveis é mesmo a variedade. Podem ser crianças, adultos, animais, fantasmas, seres peculiares, etc…
Imagem retirada da Internet
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